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“Emanuel precisa engolir o choro”: Prefeito Abílio Brunini rebate críticas sobre decreto de calamidade financeira

Decreto de calamidade financeira assinado por Abílio Brunini provoca embate político em Cuiabá; ex-prefeito contesta medida, enquanto atual gestor defende ações emergenciais para reorganizar as finanças públicas

15/01/2025 13h15Atualizado há 1 mês
Por: Lucas Oliveira

Em entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira (15), o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, fez declarações contundentes ao comentar as críticas do ex-prefeito Emanuel Pinheiro sobre o decreto de calamidade financeira assinado no início de sua gestão. Brunini classificou as acusações como infundadas e afirmou que o ex-gestor “precisa engolir o choro”.

Contexto do decreto

O decreto de calamidade financeira foi publicado com o objetivo de reorganizar as finanças públicas do município. Entre as justificativas apresentadas pela atual administração estão um déficit de R$ 1,6 bilhão acumulado em dívidas com precatórios e passivos herdados de gestões anteriores, além de um orçamento previsto de R$ 5,4 bilhões para 2025. A medida visa permitir a renegociação de contratos, a suspensão de despesas não prioritárias e a adoção de ações emergenciais para garantir a continuidade dos serviços essenciais.

Brunini destacou que o decreto foi submetido ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e recebeu parecer favorável da Procuradoria Geral do Município. "Nós herdamos um cenário desafiador e estamos tomando as medidas necessárias para corrigir os rumos da cidade. Esse decreto não é apenas um documento, é uma ferramenta para garantir que os cuiabanos não sejam prejudicados", argumentou.

Críticas do ex-prefeito

O ex-prefeito Emanuel Pinheiro, por sua vez, contestou a constitucionalidade do decreto e chegou a cogitar medidas judiciais para anulá-lo. Segundo Pinheiro, sua gestão (2017-2023) não deixou a prefeitura em situação de calamidade, destacando que a administração anterior conseguiu quitar cerca de R$ 80 milhões em folhas salariais e deixou R$ 6 milhões em caixa ao final do mandato. "O decreto parece mais uma tentativa de transferir responsabilidades do que resolver problemas reais", afirmou o ex-prefeito.

Pinheiro também criticou a exposição pública feita pelo atual gestor, sugerindo que o objetivo seria atrair atenção política. “Há outras formas de lidar com o problema sem esse alarde. Isso desqualifica o trabalho que foi feito antes”, completou.

Resposta de Brunini

Brunini rebateu as críticas, acusando o ex-prefeito de não entender a gravidade da situação. "A irresponsabilidade dele é tão grande que fica fazendo firula na internet, como se não fosse com ele. Se ele não tivesse deixado Cuiabá nesta situação, não haveria necessidade de tomar essas medidas. Agora quer posar como vítima? Vamos trabalhar e deixar as críticas vazias de lado", disparou.

O atual prefeito ainda ironizou a postura do ex-gestor: "Ele deveria ter mais cuidado com o legado que deixou para Cuiabá. Está no direito dele questionar, mas nós estamos no direito de corrigir os erros que herdamos", afirmou.

Impactos do decreto

A medida prevê a suspensão de licitações para gastos não prioritários e permite ações administrativas extraordinárias, como a reestruturação de contratos e a priorização de áreas essenciais, como saúde e educação. Brunini ressaltou que a transparência será um pilar no processo de recuperação financeira e que todas as ações serão acompanhadas pelo TCE.

"A população de Cuiabá merece uma gestão responsável. Estamos trabalhando com os pés no chão, corrigindo os erros do passado e olhando para o futuro", concluiu o prefeito.

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